Casamento, guardião de memórias.
MODERNOS, DINÂMICOS, COM CARA DE LIVRO e papel tratado de forma especial, os álbuns de casamento revivem com novos ares. A ideia – guardar as imagens de um dos dias mais felizes da vida – é a mesma, entre- tanto as formas de apresentação estão cada vez mais criativas, com formatos, estilos e conceitos bastante originais. A fotógrafa de casamentos, e especialista em novas ten- dências de álbuns, Anna Quast é enfática ao dizer que a corrente de destaque dessas pequenas obras de arte são hoje os álbuns diagramados, sejam eles impressos em papel fotográfico, couché ou no celebrado fine art (papel importado da Alemanha feito em 100% algodão, utilizado originalmente em galerias de arte e museus para preservar a qualidade e o alto nível das fotos).
“Não só fora do Brasil, mas aqui também estamos buscando montagens de álbuns mais leves no que se refere à diagramação, sem muita intervenção gráfica e utilização de ele- mentos que fujam da fotografia. Um layout ruim pode acabar com uma boa cobertura fo- tográfica. É importante manter a consistên- cia na linguagem de todo o trabalho, desde a captura da imagem até a impressão final do álbum de casamento, que tem que ser atem- poral.
Deve ser lindo hoje e sempre, contando cada história com belas fotos”, explica a fotógrafa, que no começo deste ano atualizou seus conheci- mentos em um workshop com Jerry Ghionis, considerado o papa da fotografia de casamentos mundo afora. A referência internacional é novidade nos álbuns de casamento contemporâneos. Estados Unidos, Austrália e Itália são fontes de novidades, não só em materiais, mas em tipos de produção e técnicas de fotografar.
“Com a globalização, os produtos estão acessíveis em todos os lu- gares, muito rapidamente. A grande vitrine para o mer- cado fotográfico são os Estados Unidos onde anualmente acontecem eventos voltados para este meio, com a apre- sentação de produtos e serviços de todos os lugares do mundo”, explica Anna Quast.
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“A manutenção e manuseio ainda são elementos-chave na durabilidade”.
PAPEL PRINCIPAL
Elemento estrutural mais importante de um álbum, é o papel que vai determinar como ficará a qualidade final de impressão do álbum e a vida da peça. Além do famoso alemão, há papéis de alta qualidade procedentes dos Estados Unidos, China e países europeus que vem sendo utilizados na produção dos produtos brasileiros.
Os fatores que os fazem ser especiais são sua textura, qualidade de impressão final de fotos, durabilidade e até sensação ao toque no ato de folhear. Para ficarem mais resistentes, explica Anna, eles podem receber tratamen- tos que complementam sua durabilidade e textura, como a laminação e a aplicação de verniz. As novas técnicas prometem, mas não garantem que o álbum passe intacto pelos anos. “O prolongamento da vida útil dos álbuns, com tratamentos, ainda é um grande mistério. Não temos nenhum material com idade suficien- te para comprovar as teorias.
Sei de um teste que foi feito com uma foto laminada e outra não, onde a ação do tempo foi simulada e identificou-se que a laminada sofreu menos alterações. Temos garantias dos fornecedores dos papéis fotográficos, mas não com intervenções em sua superfície.
Por isso, a manutenção e manuseio ainda são elementos- chave na durabilidade”, recomenda Anna, e completa in- formando que nem tudo está perdido. Amarelados e manchas nas páginas, por exemplo, no caso do papel fine art, podem ser adiados com aplicação de um verniz específico indicado pelo fabricante. Quem busca inovação pode optar por abrir mão dos papéis como base de álbuns. Tecido, acrílico e plástico são opções de materiais que entram na confecção. “É possível utilizar qualquer superfície que receba impres- são fotográfica”, conta Anna Quast.
Modelo panorâmico feito com papel fotográfico laminado fosco, permite um layout mais arrojado e moderno, sem deixar as imagens tradicionais de lado
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FORMA DO SONHO
No lugar em que antes imperavam os retangulares, hoje a criatividade colocou os quadrados, os panorâmicos e os irregulares. O formato físico dos álbuns de casamento muda de acordo com a personalidade dos noivos.
Para criação deles, não há limite. Mesmo quem é fã dos mais tradicionais, como Anna, acaba se rendendo de vez em quando a um inovador. “Já vi um álbum fino e comprido com abertura para cima, e não na lateral. Achei lindo”, relembra.
O modelo clássico, aquele retangular com fotos coladas, ainda é bastante requisitado, mas o panorâmico, feito com papel fotográfico laminado fosco – uma espécie de catálogo com grandes fotos – é o favorito do momento. “Eles parecem livros, mas não têm lombada, por isso são chamados de panorâmicos”, contextualiza a fotógrafa. Os formatos miniatura também ganharam adeptos.
Os chamados pocket álbuns tem tamanho reduzido e menos fotos, tem sido adotados como saída às tradicionais lembranças dos padrinhos e pais. Uma maneira fina de compartilhar os melhores momentos do enlace com os mais próximos. As novas tecnologias não ficam de fora, permitindo até formatos virtuais. Adepta de criar álbuns em slides – unindo imagem e som – para aparelhos como Ipod, Anna Quast acredita que as noidades vem para complementar os convencionais, e não para substituir.
“O álbum impresso em qualquer material e versão nunca deixará de existir. O que a tecnologia nos permite hoje é a criação de diferentes mídias para apresentação das fotos. Estamos hoje editando fotos com imagens de vídeo e áudio, criando um produto multimídia para os noivos contarem um pedacinho da sua história”.
PROVA DOS NOVE
O melhor papel, a melhor técnica, o melhor projeto gráfico. Tudo isso realmente ajuda na construção de um álbum de casamento perfeito. Mas, o que vai garantir um bom resultado final, é mesmo, a conversa. Não há ângulo que dê jeito se o conceito da foto estiver fora daquilo que os noivos planejaram. Segundo a especialista, para uma boa construção do álbum é necessário que haja parceria com os noivos.
“Recomendamos o modelo mais adequado ao perfil do casamento, muitas vezes inspirado na decoração, e principalmente. no material fotográfico produzido. Os noivos escolhem suas fotos preferidas durante a montagem do layout, que passa então pelo processo de revisão dos contratantes, e o material somente é enviado para produção após aprovação de todas as partes”, explica, demonstrando a minúcia que o processo envolve.
Fonte http://atrevida.uol.com.br